sexta-feira, 14 de agosto de 2015

:: Pastores de Quê? ::

:: Pastores – Por quê? ::

Somos os chamados “cristãos modernos” e ainda não entendi no quê nos modernizamos. Quanto mais os dias passam – e com eles o crescimento de toda modernização tecnológica, comunicativa e porque não cultural – menos se conhece um pastor, uma igreja, um cristão com pensamento desvinculado aos princípios mais arcaicos de um passado pobre, infrutífero, insosso e até impiedoso. Aliás, eu comecei este texto dizendo que somos chamados de cristãos modernos entre aspas, mas não me lembro também de alguém de respeito ter feito recentemente esta menção desconvalidada em alguma obra literária decente, haja vista a incoerência do fato em comparação com a realidade.

E não é preciso ir longe para conhecê-los: olha aí por perto ou até pra dentro de si mesmo e tente descobrir no quê estamos contribuindo para a “caída de escamas” dos olhos de nossa gente, para sua graduação no acompanhar da moderna globalização – que afeta (se é que se pode dizer assim) crentes e descrentes. Agora eu te pergunto: adianta o seu silêncio? Ou você acha que cedo ou tarde você não mais vai mais conseguir fazer de conta que ela não existe? Queridos, se nós não sabemos lidar com tais avanços, nossa igreja sabe. Mas sabe do lado errado. Por exemplo, a Internet se modernizou e alcançou tudo e todos. Qual a nossa interação disso? Os sites de teor evangélico ou teológico (de conteúdo cristão ou não) representa apenas 0,5% de todo conteúdo em massa da Net, contra os absurdos 78% de pornografia ou algo do gênero (daqui há alguns dias o Orkut faz parte desta soma, e aí será 99,99% de domínio). E você não sabe, mas todas suas ovelhas hoje em dia sabem de tudo isso e na prática. Ou seja, se você também não acompanha tais avanços, como pode cuidar destas “ovelhas do futuro”? Como convencê-las de uma navegação saudável se você não sabe o que é “saúde interativa” ? Como convencê-las a não assistir Malhação, Rebeldes e outras tendências, se não há a chamada “alternativa” ?

Raul Seixas viveu e morreu pregando o nascimento de tal sociedade que, se um dia surgiu, hoje talvez seja só lembrança. E não é isso que argumento aqui. Não é apenas questão de comprar o Pentium 4 Turbinado do ano e nem apenas lhe convencer a ser o mais novo hacker viciado em MSN e afins, mas, que tal começando a deixar de ignorar a existência de tais “males”?  Abrir  os olhos, despertar interesse, trabalhar por algo no sentindo, talvez até te faça despertar idéias de como ser útil e ser crente nisso tudo. Digo isso porque sei de sites maravilhosos, de conteúdo cristão ou apenas cultural mesmo, e em tudo há a possibilidade de adaptação, crescimento e maturidade.

Comece a lutar contra este preconceito (ou a favor da deixa deste). O problema é que colocaram em nossa cabeça que jogar bola, tomar sorvete na praça com mais novos, ou andar pelas ruas com um amigo mesmo que caia chuva sobre vocês é tudo idéia careta, ou que “um homem de respeito não se deve dar o luxo”. Balela. Quem inventou as regras? Quem disse o que é possível fazer para ser feliz? Alias, quem prometeu felicidade?

Acho que já sofremos calado o bastante para nos permanecer calado a todos.

Espero que vocês, estudantes e aspirantes ao Sagrado Ministério, possam ter me entendido.


Rev. Pedro Aragão
Fiz este texto enquanto era Seminarista/2004

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