sexta-feira, 14 de agosto de 2015

:: A Sistemática do Sermão ::

:: A Sistemática do Sermão ::


                Em um de seus famosos discursos, o reformador Martinho 
Lutero disse que um sermão sem unção endurece os corações das 
pessoas; João Calvino disse que o púlpito é o trono na terra 
onde Deus governa o seu povo; O metodista piedoso do século 
passado Geni Balds, disse que homens mortos tiram de si sermões 
mortos, e sermões mortos matam; O grande tribuno brasileiro 
Antônio Vieira, disse que nós precisamos pregar aos ouvidos que 
pregar aos olhos; O dr. Martin Lloyd Jones disse que a pregação 
é a maior necessidade da igreja, e conseqüentemente, a maior 
necessidade do mundo; Na linguagem da viúva da Sarepta: a 
Palavra de Deus precisa ser verdade na nossa boca .

A prática da pregação (ou sermão) é o principal instrumento de 
poder que a igreja (na pessoa do pregador) possui para o ensino 
público sobre verdades espirituais e/ou sociais com a 
finalidade única de que seja mostrada, a partir do ensino 
bíblico correto, os caminhos sadios e corretos para se alcançar 
tais verdades. O pregador precisa ser um homem escolhido de 
Deus para fazê-lo.

                Em nossas igrejas existe um mito, que um bom pregador é 
um bom pastor. Um bom pregador não precisa ser necessariamente 
um bom pastor. Nem vice-versa. Existem excelentes pastores que 
não têm relevante potencial na oratória, assim como, existem 
ainda brilhantes pregadores que não têm muito tato e domínio 
para o acompanhamento de um determinado rebanho. A verdade é 
que todos nós confundimos a idéia de ser um “bom pastor” como 
sendo um “bom pregador”, ou o contrário, mas o que precisamos 
nos lembrar é que nem todos os pastores e pregadores têm, ao 
mesmo tempo, um bom domínio simultaneamente na arte de pregar e 
também na prática pastoral. E uma coisa não precisa ser ligada 
à outra. Desde que este “bom pastor” saiba ministrar a Palavra 
de Deus de forma clara, sadia, com seriedade e sem 
“invencionismos”, certamente ele será bem sucedido (não havendo 
queixas) em seu ministério; bem como o “bom pregador”, bastando 
saber dar atenção, ouvir as ovelhas de seu rebanho, zelar pela 
ordem da igreja e do culto, for responsável e em tudo ser 
íntegro, certamente também será bem sucedido. Mas é claro que 
gostaríamos que o nosso pastor fosse sempre um excelente pastor 
e um exímio pregador, daqueles que arrasta multidões e coloca 
até pedra pra chorar! Bom seria se sempre conseguíssemos tal 
acerto, mas o que não se pode admitir é quando um pastor não 
saiba nada sobre pastorear o rebanho e ainda quando sobe ao 
púlpito é um total desastre. Este, certamente está no caminho 
errado e dificilmente acreditaríamos que fora chamado por Deus 
para o exercício do ministério pastoral.

O que não podemos nos esquecer é que, mesmo que o pregador não 
seja uma pessoa de total know-how para isso, é imprescindível 
que ele se dedique ao estudo bíblico para seu sermão. Pastores, 
presbíteros, obreiros, diáconos, evangelistas, seminaristas..., 
enfim, não podemos aceitar como desculpa o “ser ou não ser” 
chamado para a boa prédica quando temos a responsabilidade de 
ensinar a um determinado público. E inclusive existe uma 
ciência que é a responsável pelo ensino da prédica e oratória, 
que é a HOMILÉTICA, mas não entrarei em detalhes sobre o termo 
e a ciência, nem tão pouco sobre comportamento em público. O 
que deveríamos (falo como pregador também) estudar é justamente 
sobre algumas técnicas básicas para a construção de um sermão, 
dentro dos princípios que aprendemos oriundos da reforma 
protestante, sobretudo, a Sola Scriptura.

Aos pregadores, pastores ou não, o meu desejo é que tudo seja 
feito com total zelo, amor e dedicação, e em conformidade com 
sua linha doutrinária, e em tudo, que toda honra seja dada a 
Deus, que através da pessoa de Jesus Cristo, nos proporciona 
hoje poder levar a luz de Sua Palavra aos ouvidos dos que “têm 
ouvidos para ouvir.”

[1] Existem citações de Hernandes Dias Lopes, sobre "A arte do 
sermão expositivo".



Pr. Pedro Aragão

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