:: A Sistemática do Sermão ::
Em um de seus
famosos discursos, o reformador Martinho
Lutero disse que um sermão sem unção endurece os corações das
pessoas; João Calvino disse que o púlpito é o trono na terra
onde Deus governa o seu povo; O metodista piedoso do século
passado Geni Balds, disse que homens mortos tiram de si sermões
mortos, e sermões mortos matam; O grande tribuno brasileiro
Antônio Vieira, disse que nós precisamos pregar aos ouvidos que
pregar aos olhos; O dr. Martin Lloyd Jones disse que a pregação
é a maior necessidade da igreja, e conseqüentemente, a maior
necessidade do mundo; Na linguagem da viúva da Sarepta: a
Palavra de Deus precisa ser verdade na nossa boca .
A prática da pregação (ou sermão) é o principal instrumento de
poder que a igreja (na pessoa do pregador) possui para o ensino
público sobre verdades espirituais e/ou sociais com a
finalidade única de que seja mostrada, a partir do ensino
bíblico correto, os caminhos sadios e corretos para se alcançar
tais verdades. O pregador precisa ser um homem escolhido de
Deus para fazê-lo.
Em nossas igrejas
existe um mito, que um bom pregador é
um bom pastor. Um bom pregador não precisa ser necessariamente
um bom pastor. Nem vice-versa. Existem excelentes pastores que
não têm relevante potencial na oratória, assim como, existem
ainda brilhantes pregadores que não têm muito tato e domínio
para o acompanhamento de um determinado rebanho. A verdade é
que todos nós confundimos a idéia de ser um “bom pastor” como
sendo um “bom pregador”, ou o contrário, mas o que precisamos
nos lembrar é que nem todos os pastores e pregadores têm, ao
mesmo tempo, um bom domínio simultaneamente na arte de pregar e
também na prática pastoral. E uma coisa não precisa ser ligada
à outra. Desde que este “bom pastor” saiba ministrar a Palavra
de Deus de forma clara, sadia, com seriedade e sem
“invencionismos”, certamente ele será bem sucedido (não havendo
queixas) em seu ministério; bem como o “bom pregador”, bastando
saber dar atenção, ouvir as ovelhas de seu rebanho, zelar pela
ordem da igreja e do culto, for responsável e em tudo ser
íntegro, certamente também será bem sucedido. Mas é claro que
gostaríamos que o nosso pastor fosse sempre um excelente pastor
e um exímio pregador, daqueles que arrasta multidões e coloca
até pedra pra chorar! Bom seria se sempre conseguíssemos tal
acerto, mas o que não se pode admitir é quando um pastor não
saiba nada sobre pastorear o rebanho e ainda quando sobe ao
púlpito é um total desastre. Este, certamente está no caminho
errado e dificilmente acreditaríamos que fora chamado por Deus
para o exercício do ministério pastoral.
O que não podemos nos esquecer é que, mesmo que o pregador não
seja uma pessoa de total know-how para isso, é imprescindível
que ele se dedique ao estudo bíblico para seu sermão. Pastores,
presbíteros, obreiros, diáconos, evangelistas, seminaristas...,
enfim, não podemos aceitar como desculpa o “ser ou não ser”
chamado para a boa prédica quando temos a responsabilidade de
ensinar a um determinado público. E inclusive existe uma
ciência que é a responsável pelo ensino da prédica e oratória,
que é a HOMILÉTICA, mas não entrarei em detalhes sobre o termo
e a ciência, nem tão pouco sobre comportamento em público. O
que deveríamos (falo como pregador também) estudar é justamente
sobre algumas técnicas básicas para a construção de um sermão,
dentro dos princípios que aprendemos oriundos da reforma
protestante, sobretudo, a Sola Scriptura.
Aos pregadores, pastores ou não, o meu desejo é que tudo seja
feito com total zelo, amor e dedicação, e em conformidade com
sua linha doutrinária, e em tudo, que toda honra seja dada a
Deus, que através da pessoa de Jesus Cristo, nos proporciona
hoje poder levar a luz de Sua Palavra aos ouvidos dos que “têm
ouvidos para ouvir.”
[1] Existem citações de Hernandes Dias Lopes, sobre "A arte
do
sermão expositivo".
Pr. Pedro Aragão

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